Reforma Tributária 2026: Prepare Sua Política de Preços para o IBS e CBS

Em janeiro de 2026, a nova reforma tributária substituirá PIS/Cofins e ISS pelos IBS e CBS, elevando a carga de 6,65% a alíquota efetiva de até 19,6%.

Prestadores de serviços—como escritórios de advocacia, consultorias financeiras, agências de publicidade e contabilidades—precisam revisar urgentemente suas políticas de preços. Sem ajustes, parte da nova tributação será absorvida, reduzindo margens e comprometendo a sustentabilidade financeira. Neste artigo, destacamos os principais riscos e apresentamos passos práticos para preparar sua empresa e proteger sua margem de lucro.

Atenção: Sua Margem de Lucro Está em Jogo

Com a entrada em vigor da reforma em janeiro de 2026, a carga tributária sobre serviços saltará de 6,65% para até 19,6%. Sem a devida revisão de preços, empresas e profissionais liberais podem acabar assumindo custos adicionais e reduzindo margens de forma silenciosa.

Os principais riscos dessa falta de adequação são:

• Perda de rentabilidade: aumento de impostos reduz receita líquida;
• Competitividade comprometida: preços mal calibrados tornam ofertas menos atraentes;
• Fluxo de caixa prejudicado: custos tributários inesperados afetam capital de giro;
• Riscos de compliance: cálculos incorretos podem gerar autuações e multas.

Identificar esses pontos e agir com antecedência é essencial para evitar impactos negativos e garantir a saúde financeira do negócio.

Principais Mudanças Tributárias e Seus Impactos

Em janeiro de 2026, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) substituirão PIS, Cofins e ISS, unificando a base de cálculo e aumentando a alíquota incidente sobre os serviços. A Lei Complementar nº 214/25 estabelece que a alíquota padrão de 28% sofrerá um desconto de 30% (Art. 127), resultando em uma carga efetiva de 19,6%.

Veja como isso impacta na prática:

• Carga atual (lucro presumido): 3,65% de PIS/Cofins + 3% de ISS = 6,65%;
• Nova alíquota (IBS/CBS): 28% – 30% (desconto legal) = 19,6%;
• Exemplo prático: serviço de R$ 1.000,00 gerava R$ 933,50 líquidos (6,65% de imposto). Com o IBS/CBS, o tributo de 19,6% sobre R$ 933,50 soma R$ 182,96, totalizando R$ 1.116,46 na nota fiscal.

Sem o ajuste na política de preços, o aumento tributário será absorvido pela empresa, reduzindo a margem de lucro e prejudicando o fluxo de caixa. Planejar a revisão de honorários com base nessas novas alíquotas é fundamental para manter a competitividade.

Efeitos no Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real

As empresas optantes do Simples Nacional continuarão recolhendo tributos em guia única, mas passarão a lidar com dois novos mecanismos: a possibilidade de comercializar créditos de IBS/CBS e o sistema de split payment, que retém e repassa o imposto automaticamente ao governo. Nesse regime:

• Alíquota: definida pela faixa de receita, sem descontos específicos, resultando em carga efetiva próxima ao percentual padrão;
• Créditos: não há aproveitamento direto, porém é permitido negociar saldos de créditos acumulados;
• Obrigações acessórias: obrigatoriedade de enviar informações detalhadas via SPED Fiscal e Escrituração Contábil Digital.

Empresas no Lucro Presumido terão alíquota efetiva de 19,6% (após desconto de 30% sobre 28%), mas sem direito a créditos de IBS/CBS. O impacto inclui:

• Créditos: inexistentes, exigindo maior atenção à formação de preços para não absorver integralmente o tributo;
• Obrigações acessórias: entrega de EFD-Contribuições e SPED Fiscal mais rigorosa;
• Governança: necessidade de controles internos para evitar autuações decorrentes de erros de cálculo.

As empresas no Lucro Real poderão compensar parte da nova carga tributária com créditos sobre despesas operacionais (como aluguel, internet, limpeza e serviços terceirizados). Nesse caso:

• Créditos: aproveitamento limitado conforme custos efetivos e evidência documental;
• Alíquota: mesma base de 19,6%, mas alívio parcial graças ao crédito;
• Obrigações acessórias: entrega de Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e relatórios de governança tributária.

Estratégias de Precificação e Simulações Financeiras

Para absorver a elevação da carga tributária sem perder competitividade, é fundamental criar simulações financeiras detalhadas e revisar seus contratos e honorários de forma estruturada.

Veja o passo a passo:

• Mapeamento de custos e tributos: identifique todos os insumos, despesas operacionais e alíquotas atuais (PIS/Cofins, ISS) e futuras (IBS/CBS) relacionadas a cada serviço.
• Criação de cenários: construa ao menos três cenários (conservador, moderado e arrojado) projetando variações de volume, prazos de pagamento e repasse de tributos.
• Cálculo do repasse e margem: aplique a alíquota efetiva de 19,6% sobre a receita líquida projetada e estime o impacto na margem. Use fórmulas de markup para ajustar o preço final.
• Ajuste contratual: inclua cláusulas de revisão de honorários vinculadas a alterações fiscais, periodicidade clara de reajuste e mecanismo de notificação prévia ao cliente.
• Validação prática: teste os novos valores em contratos-piloto, monitore o fluxo de caixa nos primeiros meses e compare o resultado real com as projeções.

Utilize planilhas avançadas ou módulos de precificação em seu ERP para automatizar cálculos e gerar relatórios periódicos. Esse controle tornará possível ajustar rapidamente seus honorários ao longo da transição, mantendo a rentabilidade e a competitividade do seu serviço.

Investimentos em Governança e Tecnologia

Com a reforma tributária, a complexidade dos processos fiscais aumenta significativamente, exigindo controles internos robustos e automação de tarefas antes manuais. Sem esses investimentos, escritórios e demais prestadores correm risco de falhas na apuração de tributos, atrasos na entrega de obrigações acessórias e perda de insights estratégicos sobre desempenho financeiro.

A implementação de soluções tecnológicas permite:

• Automação de cálculos tributários: reduz erros e agiliza simulações de cenários;
• Integração de dados: concentra informações de receitas, despesas e impostos em um único painel;
• Alertas e notificações: monitora prazos de obrigações acessórias, evitando multas;
• Dashboards em tempo real: acompanha indicadores-chave como margem de lucro, fluxo de caixa e alíquotas efetivas;
• Controles de acesso e auditoria: garante segurança e rastreabilidade nas alterações de informações.

Além da tecnologia, fortalecer a governança interna é essencial. Adote políticas claras de validação de lançamentos contábeis, revise processos de aprovação de despesas e crie comitês internos para avaliar periodicamente os impactos da nova tributação. Equipes bem treinadas, alinhadas a procedimentos documentados, conseguem reagir rapidamente a mudanças legislativas e manter a conformidade.

Ao combinar automação e governança, as empresas ganham eficiência operacional, reduzem riscos e garantem maior visibilidade dos efeitos da reforma sobre receitas e margens, criando bases sólidas para decisões estratégicas durante todo o período de transição.

Conte com a Via Contabil para Navegar nessa Transição

Com 25 anos de expertise em contabilidade para regimes de Lucro Real, Presumido e Simples Nacional, a Via Contabil apoia prestadores de serviços na adaptação à reforma tributária.

Nossa abordagem inclui:

• Mapeamento de custos e impactos tributários específicos para cada serviço;
• Desenvolvimento de simulações financeiras para reajuste de honorários;
• Implementação de controles internos e treinamentos para equipes;
• Suporte contínuo em obrigações acessórias e relatórios gerenciais.

Atendendo de 35 a 40 clientes, incluindo entidades religiosas e educacionais, garantimos soluções contábeis precisas e personalizadas. Conte com nossa equipe dedicada para revisar sua política de preços, proteger suas margens e assegurar conformidade durante todo o período de transição.

Fique por Dentro: Novas Notícias de Segunda a Sexta

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• Orientações práticas para revisão de políticas de preços;
• Dicas de planejamento financeiro e gestão de tributos;
• Exemplos e cases para facilitar a tomada de decisão.

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Fonte Desta Curadoria

Este artigo é uma curadoria do site Contadores.cnt.br. Para ter acesso à matéria original, acesse Reforma tributária obriga empresas de serviços a rever política de preços