Reforma Tributária e Simples Nacional: o que muda para MEI e pequenas empresas em 2026
2026 marca o início de uma transição crucial na tributação de MEI e pequenas empresas. Sem preparo adequado, você pode enfrentar surpresas fiscais como cobranças extras de IBS e CBS “por fora”, aumento de custos com sistemas e contabilidade, além da perda de créditos tributários em operações B2B.
Imagine ter que escolher às pressas entre dois regimes de recolhimento e descobrir, no meio do ano, que sua carga tributária subiu ou que faltam campos obrigatórios nas notas fiscais. A falta de planejamento pode gerar multas, retrabalho e apertar o seu fluxo de caixa.
Atenção: sem preparo, sua empresa pode enfrentar surpresas fiscais
Ignorar a reformulação tributária pode resultar em custos inesperados que pesam no seu caixa. Sem a devida adequação, sua empresa pode ter de arcar com IBS e CBS “por fora”, gastando em software e adequações de sistema para emitir notas com campos obrigatórios. Além disso, a não identificação correta dos códigos fiscais (NCM/NBS) inviabiliza o aproveitamento de créditos tributários em operações B2B, reduzindo sua competitividade.
Outro ponto de atenção são as multas e autuações por falhas no preenchimento de guias, caso você decida pelo regime ‘por fora’ sem entender os novos procedimentos. O improviso na escolha entre manter o recolhimento unificado via DAS ou optar pela guia separada pode elevar sua carga tributária, gerar retrabalho contábil e comprometer o fluxo de caixa.
Cronograma de implantação: o passo a passo até 2033
A transição para o novo modelo tributário ocorre em etapas distribuídas ao longo de oito anos. Cada fase exige atenção aos prazos e às atualizações de sistema.
- 2026 (fase de testes): Emissão de notas fiscais com campos para IBS e CBS, sem cobrança efetiva. Atualize softwares e treine a equipe para lidar com os novos layouts.
- 2027 (início da cobrança): Passa a ocorrer o recolhimento real de IBS e CBS. As empresas do Simples continuam a emitir DAS, mas já devem processar os novos tributos em sistemas de controle.
- 2028–2032 (ajustes graduais): Período de adaptação progressiva, com possíveis revisões de alíquotas e regras. Aproveite para revisar cadastros de NCM/NBS e testar integrações com clientes e fornecedores.
- 2033 (conclusão): Extinção definitiva do modelo antigo de PIS, Cofins, ISS e ICMS. O ambiente tributário passa a operar unicamente com IBS e CBS.
Respeitar esse cronograma garante segurança jurídica e evita multas. Mantenha controles atualizados e os prazos em pauta para não ser surpreendido.
Principais mudanças no Simples Nacional: IBS e CBS no lugar de PIS, Cofins, ISS e ICMS
A Reforma Tributária substitui o PIS, a Cofins, o ISS e o ICMS por dois novos tributos:- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços)- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)
Para as empresas enquadradas no Simples Nacional, há duas alternativas de recolhimento:
- Recolher tudo dentro do Simples, como hoje, por meio da guia única (DAS). Nesse modelo, o IBS e a CBS são apurados internamente, sem alterar o valor total pago.
- Recolher IBS e CBS “por fora”, em guias separadas, adotando alíquotas e obrigações semelhantes às de empresas de regimes maiores.
A primeira opção preserva a simplicidade e o tratamento favorecido, enquanto a segunda pode permitir o aproveitamento de créditos tributários em operações B2B, mas exige mais controles e planejamento contábil.
Vantagens e desafios: como escolher entre regime ‘por dentro’ ou ‘por fora’
Optar pelo recolhimento “por dentro” mantém a simplicidade do Simples Nacional, com apuração unificada via DAS, sem necessidade de emissão de notas fiscais com destaque de impostos. Isso reduz a carga administrativa, minimiza custos com sistemas e facilita o gerenciamento do fluxo de caixa.
Já o modelo “por fora” permite o aproveitamento de créditos tributários em operações B2B, mas acrescenta obrigações e despesas adicionais. Antes de decidir, é fundamental considerar:
- Emissão de notas fiscais específicas com campos para IBS e CBS;
- Implementação ou atualização de sistemas contábeis e fiscais;
- Envio de informações periódicas à Receita, com controles detalhados de débito e crédito;
- Possível aumento de custos operacionais e de consultoria para manter a conformidade.
Para escolher a opção mais adequada, avalie o perfil de clientes, o volume de transações B2B e o impacto no fluxo de caixa. Um planejamento contábil antecipado, com simulações de cenários, ajuda a evitar surpresas e a garantir a melhor decisão tributária para sua empresa.
Impactos para o MEI: emissão de notas e redução gradual de tributos
O MEI continuará enquadrado no Simples Nacional, mas passa a enfrentar duas mudanças centrais a partir de 2027: a obrigatoriedade de emissão de nota fiscal em todas as vendas e a adaptação gradual das alíquotas fixas de ISS e ICMS.
- Emissão de notas fiscais: a partir de janeiro de 2027, todo MEI deverá gerar nota fiscal, inclusive nas operações com consumidores finais, aproveitando o novo layout com campos de IBS e CBS.
- Atualização de sistemas: será necessário ajustar o emissor de notas e o cadastro de serviços-produtos (NBS/NCM) para refletir corretamente a tributação.
- Redução gradual de tributos: o valor fixo pago mensalmente de ISS e ICMS será diminuído ano a ano, até atingir R$ 3 em 2033, aliviando o custo tributário.
- Planejamento de fluxo de caixa: mesmo com impostos menores, é essencial prever as mudanças no orçamento e treinar a equipe para a nova rotina fiscal.
Com essas medidas, o MEI ganha mais transparência e acessa benefícios do novo sistema, mas deve se preparar com antecedência para evitar falhas no cumprimento das obrigações e aproveitar integralmente a redução de encargos.
Como sua empresa pode se preparar: passos fundamentais para 2026
- Atualizar o sistema emissor de notas fiscais para incluir os campos de IBS e CBS;
- Revisar o cadastro de produtos e serviços (NCM/NBS) para refletir corretamente a nova tributação;
- Treinar a equipe fiscal e contábil nos novos procedimentos de emissão e envio de informações;
- Avaliar o perfil de clientes (B2C e B2B) para orientar a escolha entre recolhimento “por dentro” ou “por fora”;
- Testar integrações de ERP e sistemas de gestão com fornecedores e clientes, garantindo compatibilidade;
- Simular cenários de fluxo de caixa sob diferentes regimes de recolhimento para antecipar impactos;
- Definir um cronograma interno com responsáveis e prazos para cada etapa de adaptação;
- Estabelecer rotinas de conferência mensal para garantir o cumprimento de prazos e emissão correta de guias;
- Manter contato frequente com fornecedores de software e consultores para atualizações e dúvidas.
Adotar essas medidas com antecedência garante que sua empresa esteja alinhada às mudanças fiscais, evitando gargalos operacionais e penalidades no período de transição.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site R7. Para ter acesso à matéria original, acesse Simples Nacional: o que muda com as novas regras da Reforma Tributária a partir de 2026